Na
década de 50 Wolfgang Paul Loofs
(intercambista), emigrou da Alemanha para fugir da Rússia que tentava ocupar o
país, além disto Loofs não tinha motivos para continuar lá, pois havia perdido
um irmão na guerra e se perdeu da irmã que nunca mais apareceu.
Então
Loofs descobriu que o Canadá precisaria de trabalhadores para trabalhar na
mineração do país, ele não pensou duas vezes e foi tentar uma vida nova longe
das guerras da Europa, então pegou o navio em direção as Américas.
Trabalhou
um tempo como minerador na divisa dos EUA com Canadá, mas não se manteve muito
tempo nesta função, muito inteligente e dedicado Loofs logo passou a trabalhar
analisando minério em um laboratório.
Em breve Loofs se tornou um cidadão Canadense e comprou seu famoso Fusca, que
desbravaria o mundo, era um Fusca seminovo 1955, mas bem conservado, além disso
a mecânica de um Fusca é bem simples e o próprio Loofs a faria durante suas
viagens, pois não tinha muito dinheiro para gastar uma vez que gasolina e
alimentação eram mais importantes.
Meses
depois de comprar o Fusca, Loofs descobriu que um dos seus irmãos foi trabalhar
no extremo sul do mundo, a América do Sul, e decidiu ir visita-lo, mas qual
seria a forma mais em conta de fazer isso? Com certeza pegando a estrada em
direção ao sul, quer dizer, nem sempre estradas, pois muitas ainda nem existiam
nesta época, além de uma enorme floresta chamada Amazônia que estava em seu
caminho.
Esta
viagem durou cerca de 196 dias em mais de 60.000 km, 42.000 por terra e 19.000
por água, em balsas ou barcos usados para fazer a travessia de canais, rios e
oceanos.
Imagino
que até chegar lá deve ter acontecido muita coisa e Loofs deve ter muitas
histórias para contar, logo após esta tremenda jornada, Loofs decidiu visitar a
família na Europa, atravessou a América do Sul em seu Fusca, o oceano Atlântico
em um navio e grande parte da Europa novamente em seu carro.
Anos
depois muito empolgado, ele decidiu fazer uma de suas maiores viagens, sairia
dos EUA via oceano em um navio em direção a África, fez a maior parte do seu
percurso novamente por terra, atravessou toda África, velejou para Austrália,
atravessou todo o país australiano de carro e novamente velejando voltou aos
EUA pelo Oceano Pacífico, foram 183 dias de jornada e 60,8 mil km rodados, não
é para qualquer um uma viagem destas.
Você
pensa que acabou? Não mesmo, anos mais tarde Loofs se aventurou mais uma vez
neste mundão sem porteira, pegou seu Fusca 55, saiu de São Francisco em um
barco, dirigiu pelo Sudoeste Ásia, Oriente médio, Europa, e depois de barco
novamente até Montreal, no Canadá, cerca de 63.000 km em 172 dias de viagem,
logo Loofs se tornaria um dos homens mais viajados do planeta.
Seu
Fusca foi adaptado, ele tirou o banco de trás e do passageiro para colocar sua
pequena cama e fogão que levava consigo, ele não tinha muito dinheiro, então
tinha que se virar.
Cansado
de viajar Loofs vendeu seu carro de volta a Volkswagen por uma mixaria, e
também vendeu seus direitos de imagem, depois a Volks revendeu para outro
comprador que o reformou e tem ele até hoje. Este novo dono do Fusca 1955 foi encontrado e foi promovido um reencontro entre
Loofs já bem mais velho e seu antigo parceiro de estrada, Loofs ao sentar no
carro e pôr as mãos sobre o volante pediu para que fosse retirado dali senão
começaria a chorar.
É
uma bonita história que acho que daria até um filme, quem sabe um dia, até lá
fica a lembrança deste corajoso aventureiro.
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